quinta-feira, 4 de julho de 2013

The Godfather


Os óculos lacrimejavam por descanso no breu cortado por um ecrã que debitava, demasiado luminoso, os fatos, nus sem chapéu, e aquele sotaque insular com cheiro de um mediterrânio ao sol que escalda o rosado siciliano de italianinhas, com olhos negros de mulher. É um inglês mais que americano, é sensual, voluptuoso, é italiano. É compassado a tiro de bala. Que esconde sobre o virginal do manto familiar uma hierarquia militar baseada no respeito, mesmo deturpado pelo medo, mesmo imposto pela força.

Há que defender o Don, seja ele o pequeno Andolini, que se fez Vito com o suor de quem sobe a punho, seja ele Michael, que mesmo não querendo sempre foi Corleone, ou mesmo Vincent Mancini que, não o sendo de nome, tinha a inteligência calculista e a firmeza de quem deixa o amor de Mary para ser líder de uma família de homens.

Foi uma maratona copolliana que projectou o magnetismo que emana de quem tudo fará para proteger a (sua) Família. De quem põe de parte pequenos interesses mesquinhos, colocando e sabendo nivelar conveniências alheias, que afinal também são suas, no topo das prioridades. De quem não aceita, nem desculpa, traições, mudanças de andamento a meio da música porque matariam um programa comum.

Deslealdades fraternais que poem em causa todo um projecto e toda uma Família que o suportou, que penou por ele durante 2 anos, devem ter o mesmo destino que Fredo Corleone, que rezou o seu último Hail Mary já com aço a fumegar da nuca.


Recomende-se a genialidade do Francis Ford a Paulo Portas e Pedro Passos Coelho, pode ser que deixem de brincar às democracias.




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