segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Sociopata



Um Portas animalesco de raiva, a espumar pela cabeça de Passos e, completamente cego, a demitir-se do cargo sem dar Cavaco a ninguém, é algo inteligível apenas entre a poeira, o sol e os gritos incrédulos de desespero e abandono que ecoavam pelas ruas chocadas da Capital, que lacrimejavam pelo fim, o nosso e o dele. Como se tal fosse possível vindo de um colosso político cuja capacidade de sobrevivência é directamente proporcional ao número de botões da camisa que vai desaprendendo a apertar.

Não, não foi irracional. Não, não estava louco. Não, não foi impulsivo. O brilhantismo foi de tal ordem, que só depois da jogada feita é que é possível apreciar a sua beleza. Para sair da estagnação política onde se encontrava, aproveitou a falta de uma alternativa credível do PS para apresentar governo, a ausência patológica de um outro líder para o CDS, o medo dos credores de uma restruturação da dívida e o facto de Merkel estar em pré-campanha, preferindo todos um acordo rápido a uma crise política prolongada, para forçar o Primeiro-ministro a mantê-lo no Governo, com as condições que lhe apeteceu exigir.

O mais bronzeado dos sociopatas irá agora fazer uns brilharetes económicos à custa de uns dinheiros do BEI e do KfW. Talvez uma descida irrisória dos impostos, agora que até é chefe da Gaspar.

Na sua perversão sádica expôs a fragilidade do tecido político enquanto jogava com todo um País. Libertou-se da opressão do bom senso e da decência, constituindo uma ameaça para terceiros, para todos nós. Não fosse ele o número dois do Governo e talvez fosse razão para ser internado. Compulsivamente.









Imagem em http://cf.drafthouse.com/_uploads/galleries/27278/american_psycho.jpg. 




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