terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

20% a 30%



Não sei o que é um Keynesiano. Admito. Aparece no jornal e limitei-me a copiar. Também reparei que o Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, o é. Também não sei ao certo as implicações que isso tem. Wikipédia. O que sei, o pouco que sei, é que o mais recente doutor honoris causa de três universidades da capital – a de Lisboa, a Nova e a Técnica - se opõe à austeridade para resolver o problema da dívida, é critico do papel da troika, seja lá o que essa palavra quiser dizer, da forma como esta tem actuado e da visão moralista alemã sobre a economia europeia. Quem sou eu para criticar as opiniões de um galardoado pelo rei da Suécia. Opiniões que, até aqui, humildemente, partilho.

Defende, para um aumento da competitividade nacional face ao exterior, uma queda dos salários de 20% a 30% em relação a um país [Alemanha] que, no mesmo dia, rejeita aumentar o poder financeiro dos mecanismos de socorro ao euro enquanto aprova o segundo empréstimo à Grécia. 130 Milhões de euros. Estou certo que a competitividade aumentaria. Confio, de forma religiosa, na matemática que levou o economista a tal afirmação. Concordar com a sua aplicação? Não posso. Nem mesmo que hipotética. Não neste país e não agora.

Somos um país irritado. Agastado. Por diversas razões que vão desde a perda de confiança numa classe política que, muito mais que corrupta, é imbecil, mal preparada e mesquinha, centrada mais no populismo e autopromoção do que na gestão do que é público, até ter de engolir o rótulo de caloteiro passado a um povo, na sua maioria, cumpridor, mesmo no limite das suas possibilidades. Da irritação ao descontentamento generalizado é um passo. Do descontentamento ao cocktail molotov é um piscar de olhos.

Sugiro que seja a Alemanha a aumentar 20% a 30% os seus salários. Os alemães ficavam contentes, a competitividade nacional aumentava na mesma medida e Portugal continuava com dinheiro para comer. Ou ir ver a bola.





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